Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto
Há um ano, sem imaginar o que estava por vir, hasteávamos a bandeira da luta a favor do serviço público. O corte no orçamento anual da Receita Federal, aliado ao crescente número de servidores aposentados e à falta de reposição de pessoal era o que mais nos afligia – já que a situação prejudicava diretamente as atividades fiscais.
Organizamos uma grande mobilização nacional que levava em conta o lançamento da campanha de valorização do serviço público, no dia 18 de março – o Dia Nacional em Defesa do Serviço Público. Eis que veio a pandemia e nos vimos diante do desconhecido.
Com a circulação restrita, adaptamos o lançamento para o ambiente virtual e na sequência assinamos a Carta Aberta em prol de medidas urgentes para socorrer a economia frente à crise gerada pelo novo coronavírus. Também no ambiente virtual, abraçamos a causa de uma reforma tributária justa e sustentável, e ganhava força a campanha para tributar os Super-Ricos.
Rapidamente, porém, pautas igualmente relevantes se incorporaram à nossa agenda sindical. Organizamos entre os associados da Delegacia Sindical da Receita Federal em Floripa a campanha Alimente a Esperança, para comprar cestas básicas e produtos de higiene para as famílias mais atingidas pela crise e o desemprego. Pouco tempo depois iniciamos uma nova campanha – Adote uma Família – em parceria com o Icom. Por meio de doações convertidas em moeda social, ajudamos centenas de famílias e movimentamos o comércio local da comunidade da Serrinha, em Florianópolis.
Enquanto isso, as reuniões virtuais se consolidavam como prática entre os auditores fiscais. Foram oferecidos cursos online gratuitos para uso das plataformas de conferências virtuais e testagem dos servidores. As operações fiscais se mantiveram ao longo do ano, com foco no ambiente digital, mas também com ações presenciais de significativo retorno aos cofres públicos.
Foi um ano intenso, que teve destaques negativos, mas positivos também. De um lado, enfrentamos desmandos absurdos; de outro, mostramos que somos uma categoria unida. É nas grandes dificuldades que o país precisa mais de serviços públicos de qualidade. Não imaginávamos iniciar 2021 ainda mascarados e distanciados. Mas vamos seguir unidos, hasteando a mesma bandeira e ajudando quem mais precisa.
*Artigo publicado originalmente no jornal Notícias do Dia desta sexta-feira (19/02)
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